sábado, 24 de fevereiro de 2018

Capri – Itália

Quem está em Roma em um período de calor e quiser dar uma esticadinha, pode fazer um passeio para a lindíssima ilha de Capri, que já foi residência de verão de Tibério, filho do imperador Augusto. Muito frequentada por celebridades, entre seus vários atrativos, destacam-se suas belezas naturais, com diversas grutas e um lindo mar, cujas águas, dependendo do local e posição do sol, variam de azul turquesa a verde esmeralda.

Quer ver algumas fotos dessa viagem? Vai lá no meu instagram: @viagemcomacris.

Como chegar: de Roma a Nápoles leva-se em torno de 1h10 de trem. De Nápoles, toma-se um ferry para a ilha, que levará entre 50 min a 1h20, dependendo do ferry escolhido (os horários podem ser conferidos pelo site www.capri.com/en/ferry-schedule).


Onde ficar: algumas pessoas fazem esse passeio como um bate-e-volta de um dia, a partir de Roma, mas nós dormimos uma noite por lá, para aproveitar a cidade depois que a multidão de turistas, que chegam nos cruzeiros, já se foram. Ficamos hospedados no Hotel La Residenza, hotel muito bom e com uma bela vista.


Como se locomover: chegando na ilha, pela Marina Grande, pode-se tomar o funicolare para subir até a vila de Capri, desfrutando de uma linda vista. Pela vila, dá pra fazer vários passeios a pé mesmo, ou tomando-se algum dos pequenos ônibus que saem de uma pracinha próxima à Piazzetta (praça onde se chega pelo funicolare), descendo pela Via Roma.


CAPRI

O que fazer na ilha? Há várias atrações, parques, mirantes, praias, enfim... Algumas das minhas dicas são:


1. Passear tranquilamente por suas ruazinhas, que são dominadas por aromas deliciosos. Isto porque a ilha abriga fábricas de perfumes que aproveitam as flores típicas, o limão e a laranja para extrair as suas essências. Em suas belas vielas, além do aroma, há uma profusão de boutiques de marcas internacionais, lojas, ateliers, galerias e restaurantes. Os preços são um pouco mais caros que outras cidades da Itália, mas vale a pena conhecer essa ilha.


2. Tour de barco em volta da Ilha: o famoso giro dell'isola, passeio obrigatório a quem vai à Capri, especialmente no verão. Há várias opções, desde barcos e botes privados, para duas pessoas, ou para grupos, com duração de 2h a 8h, quase todos saindo da Marina Grande. Nós alugamos um barco pequeno, para casal, com a empresa Capri Relax Boats (www.caprirelaxboats.com), e o piloto nos levou para dar a volta na ilha parando em alguns pontos propícios para nadar e mergulhar, além de ir mostrando os pontos e grutas mais famosos. Neste passeio, passamos pelas belíssimas rochas de Faraglioni, que já foram cenário de um comercial de perfumes da Dolce & Gabanna, e pelo Farol de Punta Carena. Se o mar estiver tranquilo, é possível fazer o passeio que entra na Gruta Azul (pago a parte, na própria entrada da Gruta).



Onde comer: alguns lugares que conhecemos e gostamos...


Ristorante Lo Zodiaco: agradável com uma bela vista da marina. Pedimos um prato de atum selado em fatias (tagliata di tonno), um filé de peixe grelhado e uma salada, que estavam bem temperados e saborosos. Achamos o atendimento um pouco lento, mas a vista compensou. Fica na Marina Grande, à esquerda de quem chega de ferry.


Ristorante Lo Smeraldo: linda vista e peixes e frutos do mar fresquíssimos. Eles vêm com um carrinho mostrar os peixes e frutos do mar do dia e vc escolhe qual vai querer. Comemos um penne ao molho de limão siciliano com primeiro prato e um peixe e uma lagosta grelhados como segundo prato. Todos ótimos! Localizado na Marina Grande, logo à direita de quem chega de ferry, atrás das bilheterias dos ferries.



Ristorante Da Paolino: restaurante pitoresco com jardins repletos de limoeiros, um “céu” de limões sicilianos, com culinária típica caprese. Um lugar perfeito para um jantar romântico! Pedimos um linguini al limone e um peixe grelhado, ambos deliciosos! A sobremesa pode ser escolhida em um buffet, e escolhemos uma merengata de frutas vermelhas e um pudim. É necessário fazer reserva (https://paolinocapri.com/it/prenota). Fica a uns 10 min de caminhada da Marina Grande, na Via Palazzo a Mare, 11.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Roma – Itália

A cidade eterna! Belíssima, com monumentos de todos os tempos e para todos os gostos, excelente gastronomia, enfim, um lugar incrível. Daqueles para ir mais de uma vez na vida.

Minha última visita foi em setembro de 2017, com minha família. 
Quer ver fotos dessa viagem? Siga meu instagram: @viagemcomacris ;)

Como chegar: nas proximidades de Roma, encontra-se o aeroporto de Fiumicino, com vôos diretos do Brasil, pela empresa Alitalia. Nunca viajei com esta empresa aérea. Nas vezes em que estive na cidade, cheguei em Roma por conexão (a partir de Paris ou Amsterdã) ou de trem, vindo de Florença.

Onde ficar: fiquei hospedada duas vezes no Hotel Gioberti, localizado próximo à estação de trem/metrô Termini. O hotel é muito bom e a estação próxima é muito conveniente, tanto para passeios na cidade, quanto para alguns bate-e-volta a partir de Roma. Além disso, a estação se liga ao aeroporto de Fiumicino, por meio do trem Leonardo Express.

Como se locomover: boa parte das principais atrações é acessível pelo metrô. Nas demais, fomos caminhando mesmo (e tem que caminhar bastante... rs...). 


ROMA

Para conhecer o básico, deve-se ficar na cidade, no mínimo, três dias (o que acho pouco para conhecer as atrações principais com calma). Segue uma sugestão do que conhecer neste período.

Dia 1: Roma Antiga – Coliseu, Arco de Constantino, Foro Romano, Monumento a Vittorio Emanuele II, Templo de Hércules Vitorioso e Pirâmide de Cestius


- Coliseu: também conhecido como Anfiteatro Flaviano, sua construção começou sob o governo do imperador Vespasiano em 72 d.C. e foi concluída em 80 d.C., sob o regime do seu sucessor e herdeiro, Tito. Algumas modificações foram feitas durante o reinado de Domiciano (81-96). Estes três imperadores foram da família (Flavius) – dinastia flaviana – e, por isso, o anfiteatro foi nomeado em latim desta maneira. É um anfiteatro oval, construído com concreto e areia, o maior anfiteatro já construído. Poderia abrigar entre 50 mil e 80 mil espectadores, com uma audiência média de cerca de 65 mil pessoas. Era usado para combates de gladiadores e espetáculos públicos, tais como caças de animais selvagens, execuções, encenações de batalhas famosas e dramas baseados na mitologia clássica. Deixou de ser usado para entretenimento na era medieval. Mais tarde foi reutilizado para vários fins, tais como habitação, oficinas, sede de uma ordem religiosa, fortaleza, pedreira e um santuário cristão. Trata-se de uma das sete maravilhas do mundo antigo e, em 2007, foi eleito informalmente como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Um passeio muito bacana é o passeio noturno pelo Coliseu, principalmente em uma noite de luar, longe das multidões que o visitam durante o dia, e do calor também, dependendo da época em que estiver por lá. Esse passeio, que normalmente é feito de março a outubro, se chama La Luna sul Colosseo (a Lua sobre o Coliseu), e deve ser adquirido com antecedência, pelo site www.coopculture.it (€ 20 por pessoa, set/2017), pois tem dia e horário marcado e é feito para um número reduzido de visitantes. Deve-se chegar uns 15 min antes do horário para ir à bilheteria e trocar o voucher. O passeio é guiado, geralmente por um arqueólogo, que conduz até o interior do Coliseu e da Arena e fala sobre a história do monumento. O passeio dá acesso inclusive aos subterrâneos do Coliseu. Metrô: Colosseo (linha B – azul).

- Arco de Constantino: foi construído para comemorar a vitória de Constantino contra Massenzio, na Batalha da Ponte Mílvio, em 312 d.C. A batalha está representada sobre o lado direito do arco, na frente oposta ao Coliseu. O arco, inaugurado oficialmente em 315, possui 21 m de altura, 25,7 m de largura e 7,4 m de profundidade. Serviu de inspiração para o arco mais famoso do mundo – o Arco do Triunfo, em Paris.

- Foro Romano: praça (fórum) retangular, circundada pelas ruínas de várias construções públicas de grande importância cultural. Principal centro comercial da Roma Imperial, este espaço era popularmente conhecido como Fórum Magno ou, simplesmente, Fórum. Durante séculos, foi o centro da vida pública romana, local de cerimônias triunfais e de eleições, onde se realizavam discursos públicos, processos criminais, confrontos entre gladiadores, e o centro dos assuntos comerciais. Coração da Roma antiga, foi considerado o ponto de encontro mais conhecido do mundo, em toda a história. Localizado no pequeno vale entre o monte Palatino e o monte Capitolino, o fórum é atualmente uma extensão de ruínas de fragmentos arquitetônicos e um sítio de escavações arqueológicas. Entre as principais ruínas se encontram o Arco de Tito, do ano 81 d.C., o Templo de Saturno, do século 5 a.C., e a Basílica Giulia, cujas origens remontam ao ano 54 a.C.. O ingresso é único para o Coliseu, Palatino e Fórum Romano e custa € 12 (set/2017). Abre diariamente das 8h30 às 18h.

- Monumento a Vittorio Emanuele II: também conhecido como Altare della Patria, ou ainda Il Vittoriano, é um monumento em honra ao primeiro rei da Itália unificada, considerado o pai da pátria italiana. Situa- se entre a Piazza Venezia e o Monte Capitolino, tendo sido projetado por Giuseppe Sacconi em 1885. Foi inaugurado em 1911 e completado em 1935. Feito de puro mármore branco, apresenta majestosa escadaria, colunas coríntias, fontes, uma enorme estátua equestre de Vittorio Emanuele e duas estátuas da deusa Vitória em quadrigas (carro de duas rodas, puxado por quatro cavalos). A estrutura tem 135 m de largura e 70 m de altura, mas, se as estátuas forem incluídas, a altura passa a ser de 81 m. Em 2007 foi inaugurado um elevador panorâmico, que leva ao topo do monumento, de onde se tem uma vista magnífica da cidade.

- Templo de Hércules Vitorioso: localizado na Piazza Bocca della Verità, perto da margem do rio Tibre, é um antigo templo romano circular rodeado de colunas. Datando do final do século II a.C., o templo tem 14,8 m de diâmetro e é composto por uma cela circular com um círculo concêntrico de vinte colunas coríntias de 10,66 m de altura apoiadas em uma fundação de tufo. A parede original da cela, construída em blocos de travertino e mármore e dezenove das vinte colunas permanecem, mas o teto de telhas é posterior. O templo é o mais antigo edifício de mármore sobrevivente em Roma. Em 1132, o templo havia sido convertido em igreja, conhecida como Santo Stefano alle Carozze. Restaurações e um afresco sobre o altar, representando a Virgem e o Menino com Santos, foram feitos em 1475. No século XVII, a igreja foi rededicada, desta vez como Santa Maria del Sole. Em 1935, o templo foi reconhecido oficialmente com um antigo monumento romano e finalmente restaurado em 1996.

- Pirâmide de Cestius: sim, Roma tem uma pirâmide! Construída entre 18 e 12 a.C., ao longo da Via Ostiense, para ser o sepulcro de Caio Céstio, um magistrado (pretor), tribuno da plebe e membro de um dos quatro grandes corpos religiosos de Roma, os septênviros epulões (septemviri epulonum). A pirâmide, de base quadrada de 29,6 m de lado e 36 m de altura, é feita de concreto tijolado coberto com lajes de mármore Carrara branco. A forma acentuadamente pontuda da pirâmide lembra muito as pirâmides núbias, favorecidas pela dinastia ptolomaica do Egito que findou com a conquista romana de 30 a.C.. Olhando de fora, parece menor, pois sua fundação está abaixo do nível da rua. Dentro dela há uma câmara mortuária, uma simples abóbada de berço retangular medindo 5,95 m de comprimento, 4,10 m de largura e 4,80 m de altura, repleta de afrescos ao estilo de Pompeia e emparedada conforme o costume egípcio. Durante o século III d.C., foi incorporada às Muralhas de Aureliano – um de seus portões sul, a Porta San Paolo, fica a poucos metros do monumento, sendo, por este motivo, uma das mais bem preservadas construções da Roma Antiga. Tours, inclusive por sua câmara funerária, estavam sendo oferecidos, duas vezes por mês, desde março de 2016, pelo site www.coopculture.it, porém foram encerrados a partir de agosto de 2017, para nossa tristeza. Metrô: Piramide (linha B – azul).


Dia 2: Roma Barroca – Piazza del Popolo, Piazza di Spagna, Fontana di Trevi, Pantheon, Piazza Navona, Campo dei Fiori e Castelo de Santo Ângelo


Piazza del Popolo: nesta praça se encontram as igrejas gêmeas de Santa Maria Montesanto e Santa Maria dei Miracoli, a Basílica Santa Maria del Popolo e o Obelisco Flaminio, trazido do Egito pelo imperador Otavio Augusto, mais antigo e segundo maior de Roma, com 24 m de altura; o maior está na Piazza San Pietro. Na localidade há também duas fontes muito bonitas: a Fontana della Dea di Roma de um lado e a Fontana del Nettuno do outro. A praça é palco de manifestações e festas populares como: shows, apresentações culturais e até eventos políticos. A Igreja de Santa Maria del Popolo, ao lado da porta, foi erigida no século XI, no local onde Nero morreu e foi sepultado, sendo mais tarde reconstruída com aspecto renascentista e, posteriormente, restaurada em estilo barroco, que permanece até hoje. A Igreja abriga obras artísticas de grande relevo como a Crucificação de São Pedro (1600), de Caravaggio, e a Conversão de São Paulo, do mesmo artista, além de vários afrescos e outras obras. Metrô: Flaminio (linha A – laranja).

Piazza di Spagna (foto): conta com uma fonte em seu centro, em formato de barco, a bela Fontana della Barcaccia, de Bernini, e uma escadaria com 135 degraus, toda decorada com inúmeros terraços-jardim que florescem durante a primavera e o verão. A escadaria leva até a histórica Igreja de Trinità dei Monti. Na frente da fonte fica a Embaixada da Espanha, que dá nome à praça. Metrô: Spagna (linha A – laranja).

Fontana di Trevi: maior e mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália, com cerca de 26 m de altura e 20 m de largura. A água que a alimenta vem de um dos mais antigos aquedutos romanos: o Aqueduto Acqua Vergine. Em 1453, o papa Nicolau II, determinou que fosse consertado o aqueduto, construindo ao seu final um receptáculo para receber a água. Em 1629, o papa Urbano VIII encomendou a Bernini alguns desenhos, mas quando o papa faleceu o projeto foi abandonado. A contribuição de Bernini foi reposicionar a fonte para o outro lado da praça a fim de que esta ficasse defronte ao Palácio Quirinal – assim o papa poderia vê-la de sua janela. Em 1730, o papa Clemente XII organizou uma nova competição na qual Nicola Salvi foi derrotado, mas efetivamente terminou por realizar seu projeto. Este começou em 1732 e foi concluído em 1762, quando o Netuno, de Pietro Bracci, foi afixado no nicho central da fonte. Em sua parte superior, há quatro estátuas, que representam as estações do ano. No centro, sob o grande arco, está o Deus Oceano, conduzindo um carro em forma de concha puxado por dois cavalos-marinhos. Nas laterais estão duas estátuas que representam a Abundância e a Salubridade. Segundo a superstição, lançar uma moedinha na fonte garantirá seu retorno à Cidade Eterna.

Pantheon: famoso por sua cúpula inexplicável, de proporção gigantesca e sem nada que a sustente, com uma abertura de 9 m de diâmetro (óculo), foi construído em 27 a.C., durante o terceiro consulado de Marco Vipsanio Agrippa, que era um militar e arquiteto da época. Foi destruído por um incêndio em 80 d.C. e depois totalmente reconstruído em 125 d.C., durante o reinado de Adriano. Originalmente era um templo em homenagem a deuses pagãos e em 609 d.C. foi transformado em uma Igreja Católica, a Basilica di Santa Maria della Rotonda ou Basilica di Santa Maria ai Martiri, talvez por este motivo seja um dos monumentos mais bem preservados da Roma antiga. Em seu exterior, destacam-se suas grandes colunas coríntias de pedra maciça. No interior, encontram-se as tumbas dos reis da Itália Vittorio Emanuele II e Umberto I, além da tumba do famoso pintor Raffaello Sanzio. Localizado na Piazza della Rotonda. Entrada gratuita.

Piazza Navona: considerada a praça barroca mais bonita de Roma, foi construída em estilo monumental a mando do Papa Inocêncio X (Giovanni Battista Pamphili). Um de seus destaques, no centro da Praça, é a Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios), que foi esculpida por Bernini, entre 1648 e 1651, e representa os quatro rios mais importantes do mundo naquela época. O obelisco, que adorna esta fonte, vem do Circo di Massenzio, localizado na Via Appia Antica. Outros atrativos da praça são as fontes nas áreas sul e norte, Fontana del Moro e a Fontana di Nettuno, ambas esculpidas por Giacomo della Porta, a Igreja Sant'Agnese e o Palácio Torres Massimo Lancellotti. A Embaixada Brasileira na Itália se localiza na praça, no antigo e belo Palazzo Pamphili, datado de 1650. A praça tem formato de uma elipse, pois foi construída sobre as ruínas do antigo Estádio de Domiciano, onde ocorriam lutas de gladiadores e animais no século I.

Campo dei Fiori: antigamente ali acontecia um mercado de flores, daí o nome, mas hoje em dia acontece, todos os dias pela manhã, uma feira tradicional não só de flores, mas frutas, verduras, utensílios para cozinha, temperos típicos, roupas, etc. Bem no centro da praça está a estátua de Giordano Bruno, filósofo que foi condenado por heresia e queimado pela Igreja Católica ali mesmo, no local onde construíram a estátua. Cheia de restaurantes, trattorias e bares, à noite é sempre agitada, e os restaurantes e bares fazem o famoso Aperitivo que se inicia por volta das 18h30 e vai até às 21h30, mais ou menos. Funciona assim: paga-se um valor (de 8 a 12 euros aproximadamente), com direito a um drink e a comer todas as comidinhas do buffet, que variam de local para local. Um dos lugares indicados é o Baccanale.

Castelo de Santo Ângelo: se ainda tiver tempo, dirija-se até lá. Se não tiver, visite-o no dia em que for ao Vaticano, que fica bem próximo. O imperador Adriano mandou construir o monumento em 123 d.C. para que fosse o seu sepulcro e de seus familiares. Funcionou como sepulcro até 403 d.C., quando foi transformado em um castelo fortificado. Várias riquíssimas famílias romanas foram proprietárias, para ali se protegerem. Papa Nicolò III, que pertencia à família Orsini, uma das proprietárias da fortaleza, mandou construir o Passetto di Borgo, a passagem coberta e protegida que liga o Castelo diretamente ao Vaticano. Em 1367, o Papa Urbano V se refugiu ali após o exílio de Avignon. Aos poucos, o Castelo passou para o controle papal. A partir do século 15, apartamentos papais foram construídos com afrescos e decoração luxuosa. Cada novo papa realizava reformas e expansões das construções. Do século XVI até o século XIX, o Castelo perdeu pouco a pouco a função de fortaleza, para virar uma prisão. Muitos opositores dos papas foram aprisionados ali, até 1870, quando Roma foi proclamada capital do Reino da Itália, e o Castelo deixou de pertencer ao Vaticano passando para o Estado Italiano. Em 1925 foi estabelecido como Museu Nacional. Por ter sido uma residência papal, há salas ricamente decoradas com afrescos e ouro. Ademais, o Castelo hospeda um museu onde podem ser vistos desde esculturas de época romana, cerâmicas e porcelanas, a quadros e objetos militares da época em que o local ainda era uma fortaleza. São sete níveis de visita, desde os subsolos até o terraço. De seu terraço, é possível ter uma vista panorâmica da cidade, com destaque para a Basílica de São Pedro. Horários: de terça a domingo, das 9h às 19h30. A bilheteria fecha às 18h30. Localiza-se na margem direita do rio Tibre, diante da Ponte de Santo Ângelo, próximo ao Vaticano.


Dia 3: Vaticano – Museus Vaticanos, Capela Sistina, Basílica e Praça de São Pedro


Praça de São Pedro: desenhada por Bernini, no século XVII, seu estilo clássico pode ser apreciado na colunata (quatro enormes fileiras de altas colunas dóricas) que enquadra a entrada para a Basílica e a grande área oval que a precede, um espaço com 320 m de comprimento e 240 m de largura, que comporta mais de 300.000 pessoas, e se abre como um grande abraço maternal, simbolizando a Igreja Mãe. O obelisco central, datado do século I d.C. tem 40 metros de altura, incluindo a base e a cruz no topo, e foi trazido para Roma no reinado do imperador Calígula. Dizem que foi preciso mais de novecentos homens para erguê-lo. Está no lugar atual desde 1585 sob ordem do Papa Sisto V, que, conta-se, colocou no topo do obelisco um dos pedaços originais da cruz de Jesus Cristo. Bernini complementou a colocação do obelisco com uma fonte em 1675. Circundando o obelisco há uma espécie de “Rosa dos Ventos”, dezesseis discos em mármore decorados com rostos humanos soprando para as diversas direções do vento, com as pedras em volta alternando-se entre o vermelho e o verde. Em frente à Basílica se destacam duas estátuas de 5,55 m de altura dos apóstolos do século I Pedro e Paulo. A sua cúpula domina o horizonte de Roma, elevando-se a uma altura de 136,57 m. Recomenda-se começar o passeio desse dia pela Praça, caso vc queira ver o Papa (numa quarta-feira ou domingo). Se não for o caso, comece pelos Museus Vaticanos, que a visita acabará na Praça.

- Como ver o Papa: a maioria das pessoas que vai ao Vaticano, por diversos motivos, seja pela fé, ou por Ele ser um dos maiores líderes religiosos do mundo, quer ver o Papa. Há duas formas de fazer isso:
a) Aos domingos, ao meio dia, o Papa costuma aparecer na segunda janela (da esquerda pra direita) no último andar do prédio onde funciona a biblioteca do Vaticano (prédio da direita) para o Angelus. A bênção dura poucos minutos e só é realizada em italiano. 
b) Outra possibilidade de ver o Papa é às quartas-feiras, durante a Udienza Generale (ou Audiência Geral), quando o Papa passa no Papa-móvel pertinho dos fiéis na Praça São Pedro (por volta das 9h). Nesta audiência, o Papa realiza a benção apostólica e de objetos (como imagens e terços). Depois que o Papa fala, suas palavras são traduzidas para diversas línguas, inclusive português, por Bispos ali presentes. Para participar da Audiência Geral é necessário um convite especial, que é gratuito (veja as dicas em https://www.voupraroma.com/como-ver-o-papa-em-roma/). Se quiser se sentar nas cadeiras próximas durante a Audiência, é necessário chegar cedo, por volta das 7h.
Lembrando que, para qualquer dos eventos, é recomendado chegar à Praça com uma boa antecedência (pelo menos umas 2h), para garantir seu lugar lá dentro, em um ponto em que seja possível ver bem o Papa. Desde que a praça foi fechada, há filas para os controles de entrada, então considere que vai perder um tempo com isso. Além disso, recomendo que tenha um guarda-sol (ou chapéu, boné), pois, dependendo da época, o dia pode estar escaldante e não tem sombra. Leve também água e mantenha-se hidratado.
Mesmo assim, pode ser que o Papa não apareça nestes dias, devido à sua agenda. Por isso, confirme a presença do Papa nos dias da sua estadia em: https://www.vatican.va/content/francesco/it/events/year.dir.html/2023.html.

Museus Vaticanos: são inúmeras salas e galerias antes de chegar na Capela Sistina, com exposições permanentes muito interessantes. No Cortile della Pigna (Pátio da Pinha), destaca-se a escultura Esfera dentro da Esfera, do escultor italiano Arnaldo Pomodoro, que representa o Cristianismo. O Museu Gregoriano Egípcio tem múmias com mais de 4000 anos, sarcófagos e muitas peças da Babilônia e Mesopotâmia. Merece destaque também a Galeria das Cartas Geográficas, ou Sala dos Mapas, de todas as regiões da Itália, incluindo algumas ilhas: Sicília, Sardenha, Elba. Bilhete: € 16 (set/2017). Horário: de segunda à sábado, das 9h às 16h. Fechado aos domingos, exceto no último domingo de cada mês, quando a entrada é gratuita, e os museus são abertos somente das 9h às 14h, sendo que a última entrada é as 12h30. www.museivaticani.va. Metrô: Ottaviano (linha A – laranja).

Capela Sistina: construída pelo arquiteto Giovanni Dolci para o Papa Pio IV em 1473, seus afrescos começaram a ser pintados em 1481, representando a vida de Moisés (Antigo Testamento) de um lado e a vida de Cristo (Novo Testamento) do outro, como se usava nas antigas igrejas. Em 1508, o Papa Julio II pediu a Michelangelo que pintasse o teto da Capela. Michelangelo não estava preparado, por assim dizer, para pintar afrescos, pois havia se dedicado e frequentado a escola de escultura, fundada por Lourenço de Médici. Alguns pintores foram chamados de Florença para ajudá-lo, mas Michelangelo recusou a ajuda e expulsou todos os pintores florentinos. O trabalho só foi terminando em 1512. Ao olhar para cima, vemos o afresco da Criação do Homem, com Deus quase tocando Adão. Em 1535, Michelangelo começou a pintar no altar da Capela o Juízo Final, uma representação inspirada na narrativa bíblica, finalizando-o em 1541. Por ser uma capela, é recomendado fazer silêncio. É proibido tirar fotos, com ou sem flash.

Basílica de São Pedrode estilo renascentista, em planta de cruz latina, possui três naves totalmente abobadadas, com pilares de apoio às abóbadas de berço. A nave principal é a mais alta de todas as Igrejas. As naves são enquadradas por amplos corredores completados por várias capelas a eles adjacentes. O destaque central é o baldaquino sobre o Altar Papal, projetado por Bernini. Todo o interior da basílica está ricamente decorado com mármore, relevos, esculturas e ornamentos com acabamentos em ouro. Existe também uma série de esculturas em nichos e capelas, incluindo a Pietà, de Michelangelo. A basílica contém um grande número de túmulos, não só de papas como também de outras personalidades, notáveis, muitos considerados verdadeiras obras de arte. Entre eles, encontra-se o sepulcro do papa João Paulo II, que foi transformado em capela. No coração da Basílica, sob o altar-mor, está a Capela da Confissão, em referência à confissão de fé de São Pedro, que levou ao seu martírio. Sob o altar da Basílica, descendo as escadarias, chega-se ao túmulo onde está enterrado São Pedro, apóstolo de Jesus e o primeiro papa e, portanto, o primeiro na linha da sucessão papal. A construção do atual edifício, no local da antiga basílica erguida pelo imperador Constantino, começou em 18 de abril de 1506 e foi concluída em 18 de novembro de 1626, sendo consagrada imediatamente pelo Papa Urbano VIII. É o maior e mais importante edifício católico do mundo, com 218 m de comprimento e 136 m de altura (incluindo a cúpula) e apresenta uma área total de 23.000 m². Fica aberta entre as 7h e 18h30. De segunda a sábado, há missas nos seguintes horários: 9h, 10h, 11h, 12h, 17h. Já aos domingos e dias santos os horários são: 9h, 10h30, 11h30, 12h15, 13h, 16h, 17h30. Atenção com o vestuário para visitar a basílica: ombros devem estar cobertos e nada de roupas acima do joelho.


Onde comer: alguns lugares que conheci e gostei...

Mercato Centrale: centro gastronômico com vários quiosques onde se pode encontrar carnes e salames, massas frescas, frituras, hambúrgueres, pizzas napolitanas, trapizzino (disco de pizza recheado com molhos da tradição gastronômica romana), trufas, peixes feitos na hora e sushi, queijos, alcachofras e cogumelos, sorvetes, pães e pizzas al taglio, doces, chocolates, flores, vinhos, cafeteria e cervejaria. Um lugar para comer com qualidade a preços acessíveis. Lá comemos massas, pizza, sushi, sorvetes, todos muito bons! O espaço fica no interior da Estação Termini onde está a antiga e famosa Cappa Mazzoniana, uma obra em mármore português dos anos 30, nas cores branca, cinza e rosa, do arquiteto Angiolo Mazzoni. Na época, ali existia um enorme restaurante onde eram preparadas as refeições servidas nos restaurantes e bares dos trens que partiam da estação, e foi construída uma coifa (“cappa”, em italiano) de grande beleza e tamanho, daí a origem do nome. End.: Via Giolitti, 36.

Mino Ristorante: restaurante italiano com boas opções com peixes e frutos do mar, comida saborosíssima e bom preço.  Nós provamos o presunto cru com melão, a salada caprese, o papardelle ao molho Alfredo, um peixe grelhado e o tiramisú, todos excelentes. Próximo à Estação Termini, saindo pela Via Marsala. End.: Via Milazzo, 18.

Ristorante Sugo d’Orobem próximo à Piazza di Spagna, com bom atendimento e preços honestos. Pedimos presunto Parma e melão (€ 10.50, set/2017) de entrada. Pedi um espaguete com polvo e tomate cereja (“polpo e pachino”, € 13) que estava simplesmente delicioso! Voltaria lá com certeza só pra comer esse prato de novo! Tbm foram pedidos um espaguete à Carbonara (€ 9), uma salada Caesar (€ 10), um penne com salmão (€ 13.50) e espaguete alho e óleo (€ 7). E, de sobremesa, uma pannacotta (€ 5). Todos os pratos estavam bem gostosos. Recomendo! End.: Via di Propaganda, 22.

Satiricus Ristorante: restaurante bem próximo ao Vaticano de bom custo-benefício, recomendo após sua visita! Pedimos um “Menu SPQR” (€ 18, set/2017), com presunto cru e melão de entrada, massa à Matriciana como prato principal e tiramisú de sobremesa. A entrada e a massa estavam boas e bem servidas, o suficiente para duas pessoas que não comem muito. Não gostei tanto da sobremesa. O serviço tbm deixou um pouco a desejar, mas mesmo assim acho que vale a pena. Aberto todos os dias das 11h às 23h. End.: Via dei Corridori, 58.

Gelateria Grom: uma das coisas que vc deve experimentar na Itália é o famoso e delicioso gelato. Essa gelateria faz o gelato natural, sem aromatizante, emulsificante ou corante. Os sabores de frutas variam de acordo com as frutas da estação e tem sempre um sabor do mês. Há várias filias na cidade, uma na Piazza Navona. ótima oportunidade para dar uma paradinha e ficar observando o movimento da praça. End.: Via Agonale, 3.